Se você está estudando o Linux ou analisando novas distribuições para substituir a que está usando atualmente, este post é pra você.
Tenho uma lista de 6 distros, das quais sugiro que você escolha 2 ou 3 para experimentar — nem que seja em alguma máquina velha que você tenha disponível.
A lista não é definitiva e eu não sei qual será o desenvolvimento das distros no decorrer do ano.
(leia a atualização, ao final do texto!) 😉
Lembre-se de dar uma olhada no post 5 distribuições Linux que sempre vale a pena conhecer, para complementar este.
Sinta-se bem vinda(o) para usar a seção de comentários e deixar as suas próprias sugestões de distribuições Linux (explicando o por que de cada uma).
Ubuntu 16.04 LTS Xenial Xerus
Esta distro é a “última de uma linhagem”, embora a Canonical não se expresse desta forma.
Representa o auge do amadurecimento das últimas versões de suporte prolongado do Ubuntu — a versão mais amadurecida do Unity 7, com otimizações na interface gráfica.
Se você está procurando por uma distro madura e estável, vale ressaltar que ela terá suporte ativo até 2021 e, provavelmente (estou sendo um pouco profético, aqui…), será mais estável que sua sucessora.
Esta é também a última distribuição Ubuntu a vir com o servidor gráfico X server.
O Xenial Xerus é uma ótima opção para quem deseja ficar um bom tempo longe de formatar e reinstalar sistemas operacionais no seu computador de trabalho.
Leia mais sobre como baixar e instalar o Ubuntu 16.04, aqui.
Ubuntu 16.10
O que chama a atenção, aqui, é a estréia do servidor gráfico Mir e do Unity 8.
(Não esqueça de ler a atualização deste texto, lá embaixo… ) 😉
Embora ela só seja lançada no final de Outubro de 2016, será possível fazer download das Alfa e Beta alguns meses antes, para experimentar as novidades.
O Ubuntu 16.10 promete ser o grande hype dos sites e blogs de tecnologia, no segundo semestre de 2016 — bem ou mal, todos vão falar dele.
A adição ousada de novos recursos a esta distro pode trazer, como desvantagem, a instabilidade — o que é compreensível, neste caso.
Separe o seu computador de testes para esta versão do Ubuntu.
Linux Mint
O Linux Mint tem duas “vertentes” — uma que vem do Debian e outra que vem do próprio Ubuntu.
Por não ser tão tradicional, como as outras, esta distro ainda não teve tempo de formar uma grande comunidade que possa dar suporte a usuários novatos.
Como ela é originária do Debian/Ubuntu, isto não chega a ser problema — se a solução serve para Debian/Ubuntu, provavelmente servirá para Linux Mint.
A versão baseada no Ubuntu, faz uso de seus repositórios oficiais e de suas PPAs. É baseada na atual versão LTS do Ubuntu.
A que é baseada no Debian, é chamada de LMDE ou Linux Mint Debian Edition e tem uma base de usuários bem menor.
Além disto, a LMDE não guarda compatibilidade com as PPAs e é um pouco mais “crua” após a instalação — você vai ter que arrumar as coisas por conta própria, em outras palavras.
A LMDE 2 pode ser mais excitante para usuários mais avançados, por contar com uma gama maior de novos recursos.
Os links para download do Linux Mint LMDE 2 podem ser encontrados aqui.
Debian
Esta é uma das distribuições tradicionais, ao lado da Slackware, Red Hat, Suse entre outras.
Muitas distros conhecidas se originaram do Debian.
O Ubuntu usa a versão testing do Debian para constituir seus pacotes de softwares.
A versão principal vem despida de softwares e drivers não-livres e, portanto, você pode vir a ter algumas dificuldades iniciais para instalar em alguns sistemas.
A culpa não é dos desenvolvedores, mas dos fabricantes dos dispositivos que não disponibilizam o código de seus drivers, alegadamente, com “medo” dos concorrentes.
Se você optar pelo Debian non-free, provavelmente não terá problema algum para instalar o sistema.
A recente adoção do systemd pelo Debian (e Ubuntu) trará algumas mudanças no modo de se realizar alguns procedimentos ou como configurar alguns recursos.
Para usuários Ubuntu ou Linux Mint, que queiram conhecer melhor o sistema operacional, vale a pena dedicar algum bom tempo de estudo a esta distribuição.
Saiba aonde baixar a sua versão do Debian.
Arch Linux
Ao lado do Debian, é uma distro voltada para usuários de nível intermediário a avançado.
Se você entende um pouco de inglês, pode se beneficiar da excelente documentação online, disponibilizada para esta distribuição.
Não se intimide pelo fato de alguma distro ser possivelmente mais difícil de instalar e configurar — isto é uma oportunidade para aprender mais sobre o GNU/Linux e se tornar mais experiente.
Fedora e OpenSUSE
Embora nem sempre estejam no centro dos debates da comunidade do software livre, trata-se de 2 distribuições tradicionais.
A primeira é originária do Red Hat e a segunda tem suas raízes na distro alemã (anos 90) SUSE.
Ambas são sólidas e voltadas para o público corporativo.
Para quem deseja sair do mundo do Debian e do apt(-get), estas duas opções são boas.
Previsto para Maio/2016, o Fedora 24 virá com o Wayland, conforme anunciado em Agosto.
Pode ser uma ótima oportunidade para quem deseja experimentar este novo servidor gráfico.
O Fedora oferece uma instalação facilitada e bom desempenho geral da distro.
A OpenSUSE oferece um ambiente gráfico bonito, baseado no KDE e uma comunidade maior.
X.Org, Wayland e Mir
Estes são nomes de servidores gráficos, usados pelas várias distribuições GNU/Linux.
O tradicional X.org está em vias de ser substituído pelo Wayland (o processo está no início e vai demorar alguns anos para se completar).
Sou muito avesso a dar “as minhas opiniões” nos artigos — prefiro me ater aos fatos e deixar o leitor formar sua própria.
Mas… este é um artigo essencialmente opinativo.
A grande novidade, em 2015, foi a adoção do systemd em grandes distribuições, como a Debian e o Ubuntu.
Em 2016, espera-se que alguma movimentação comece a ocorrer no sentido da migração para o Wayland ou Mir.
A Canonical anunciou o desenvolvimento do Mir, há algum tempo, mas ainda não parece 100% certo que este caminho será o que ela irá trilhar.
O tempo dirá.
Alguns autores acreditam que ela poderá voltar atrás nesta decisão e acabar abraçando o Wayland, o que poderia lhe poupar boa quantidade de esforço.
Enfim, a chegada do Wayland e do systemd trarão a possibilidade de escrever muito sobre o assunto em 2016 — tutoriais, dicas de uso e configuração, análises etc.
Atualização
Como o texto foi escrito no início de 2016, não precisaria ser atualizado em outros anos — bastaria escrever um novo.
Como continua sendo muito lido, cabe fazer um adendo, em relação ao Ubuntu.
A esta altura, já sabemos que houve uma mudança de rumos na Canonical, em relação ao sistema operacional.
O Mir e o Unity foram “abandonados” e perderam o suporte oficial da empresa.
A Canonical irá concentrar seu foco em projetos que lhe são mais produtivos, como cloud computing e o próprio SNAP — e usar o trabalho pronto, ou em desenvolvimento mais avançado de outros projetos, quanto à interface gráfica.
Confira os nossos textos sobre o snap neste site.
O caminho, agora, é o Wayland e o GNOME.
Especula-se que o Ubuntu 17.10 já virá com o GNOME — em antecipação à versão estável, 18.04.
O tempo voa e logo iremos saber.
9 replies on “Distribuições Linux que vale a pena conhecer, em 2016”
Aprecio por demais os seus textos sobre Linux. Tenho usado Ubuntu, LinuxMint, e agora, o Manjaro 17.1 KDE. Tenho curiosidades a respeito de OpenSuse. A respeito do Debian, me desagrada apenas a questão dos free e non-free. Gostei do Ubuntu. Pensei em me “especializar” nele; porém, com essas mudanças (puramente comerciais entre Windows e Linux, no meu entendimento), deixei de lado. Uma distro que quero ter sempre ao alcance é o LinuxMint. Estou a escolher entre outras dustros, para ficar com duas; na verdade com três: dois (um, o Mint); o outro sistema, a escolher (estou fazendo isso). E o terceiro sistema: o Windows 10. Tenho gostado muito de ler os seus escritos. Grato pelo que faz nos ajudando tanto nesta matéria.
Julio.
Obrigado!
Graças ao seu comentário, revisitei este artigo e pude ver que (talvez) coubesse uma atualização, em virtude das mudanças que a Canonical está fazendo nos rumos do Ubuntu.
Àquela época não havia muitas certezas em relação ao caminho que a empresa iria tomar em relação ao Mir e ao Unity, mas havia uma grande expectativa.
O OpenSUSE continua a ser uma das minhas distribuições favoritas. Não tem mais de 30 mil pacotes de softwares, como o Debian, mas é ótimo para trabalhar também.
Espero que a atualização que fiz (ali em cima…) contribua com um pouco mais de luz nas escolhas dos leitores. 😉
Por último, dê uma olhada (e comente, se quiser) no texto sobre “Os erros que irão minar seu aprendizado de Linux” — o dual-boot é uma faca de 2 gumes.
😉
O ano de 2016 terminou e estou ainda no Linux Mint.
Prefiro o Mint cinnamon baseado no Ubuntu. Praticidade interface amigável, o que se faz no Ubuntu se faz nele.
Gosto de usar o apt-get, apesar que ele tem atualização automática. E sua grade de aplicativos para pesquisar e instalar. Todas ferramentas básicas pronta a uso. Quanto a segurança se fica tranquilo não é aquela dor de cabeça de alguns monopolio por aí. E com pequeno esforço voce soluciona todo tipo de software que gosta de usar ou acha meios de executar. Ocupa pouca memória e trabalha bem. Pouca instabilidade ou travamento acho que é porque meu HD é velho e ainda IDE.
E o Gentoo?
deepin linux 15 wings !
https://k60.kn3.net/taringa/2/F/3/A/9/4/galliner74/637.jpg
Bom … passei o ano de 2015 baixando e instalando distros … testando, usando… enfim .. 1 ano é bastante tempo… Sabe o que ficou legal mesmo em minhas máquinas… PUPPY LINUX … acha o hardware… instalação simples … cheia de ferramentas básicas … guias de instalações adicionais … scripts de configuração mto mto mto bem comentados … e levanta e ocupa APENAS 64 mb de ram… um achado … dá pra usar pacotes do slack…
Não deixo o meu sagrado TAILS.
O Fedora 24 (nem que seja só de passagem) vou ter que experimentar.