O debate é extenso (e muito bem vindo) sobre qual a melhor distro Linux para cada tipo de aplicação, situação ou usuário.
Neste texto, a análise se volta para as maiores distribuições da atualidade (estou escrevendo no início de 2017).
Alguns pontos, são pacíficos, contudo.
A gente sabe que o Linux é muito mais rápido e seguro do que outras opções de sistemas operacionais.
Se você é novato e pretende se dar a chance de usar o sistema operacional presente em 99,9% da lista dos 500 supercomputadores mais poderosos do mundo, este texto é para você também.
Para os novatos, sempre vou recomendar experimentar mais de uma distro Linux, antes de fazer uma escolha definitiva. Ouvir e ler conselhos dos outros é muito bom — mas você continua sendo a pessoa mais indicada para fazer a escolha final.
Debian
É uma das mais antigas e tradicionais distribuições Linux, que oferece excelente performance e flexibilidade para todos os usuários e aplicações.
Muita gente usa no desktop ou no notebook de trabalho (eu!).
Ainda assim, ela é excelente para ser usada em um servidor.
Esta distribuição, desde o início estabeleceu os padrões no ambiente de servidores a serem seguidos por toda a indústria.
A estabilidade do Debian tem também incentivado inúmeras empresas e indivíduos a criar novas soluções e distribuições a partir dela.
As vantagens do Debian
- estabilidade
- facilidade e baixo custo para montar uma solução de servidor
- suporte de prazo estendido
- Mais controle sobre o software em uso no sistema
As desvantagens do Debian
- tende a favorecer estabilidade em detrimento de tecnologia nova. Ou seja, as novidades em softwares chegam um pouco mais tarde para usuários Debian
- alguns hardwares podem não ser 100% compatíveis com a distro. Em parte, isto se deve ao item anterior, quando o hardware é muito novo
- não há uma companhia/empresa por trás do projeto, com a obrigação de te dar suporte. Mas você pode pagar, relativamente barato, para obter suporte direto de desenvolvedores
Ubuntu
É uma das distribuições mais usadas e é baseada no Debian.
A distro tem uma interface só dela, o Unity. É otimizada para vários diferentes tipos de sistemas e inclusive para a interface de sistemas mobile.
Pode ser a melhor escolha para usuários vindos do Windows e do MacOS.
As vantagens do Ubuntu
- Por ser baseada no Debian, as duas distribuições compartilham a maior quantidade de tutoriais da Internet, além de uma enorme comunidade com conhecimento técnico para te ajudar. Em outras palavras, se a solução serve para o Debian, na maioria das vezes serve para Ubuntu também (e vice-versa)
- É baseado na versão testing do Debian e portanto, oferece uma gama bem mais atualizada de softwares. Ao mesmo tempo, é muito segura
- É simples e único na sua interface gráfica
- A interface gráfica é fácil de entender e aprender
- Tem um design voltado para dispositivos móveis ou com notebooks com tela de toque
As desvantagens do Ubuntu
- o suporte comercial oferecido pela companhia é uma realidade em outros países, mas não é no Brasil, ainda
- para alguns usuários a interface gráfica não é muito rica e falta opções de customização
OpenSUSE
Depois do Debian, é a minha distro favorita.
O OpenSUSE é, ao lado do Debian, uma das primeiras importantes distribuições Linux a surgir.
Tem uma longa história e começou na Alemanha, em 1992. Já pertenceu a uma empresa estadunidense, sediada no Texas e, hoje, pertence à MicroFocus International, uma empresa britânica.
Embora sua trajetória possa parecer conturbada — e talvez seja, mesmo — trata-se de uma distro sólida e com uma ampla comunidade de usuários.
O OpenSUSE serve bem, tanto a usuários iniciantes, quanto a desenvolvedores avançados.
As vantagens do OpenSUSE
- estabilidade
- software atual e excelente compatibilidade com hardwares novos
- comunidade de usuários engajada e disposta a ajudar
As desvantagens do OpenSUSE
- O público desta distribuição espera que os softwares proprietários venham empacotas na distro principal — o que não é a realidade. Mas podem ser instalados à medida da sua necessidade, contudo
- Não tem repositórios tão extensos (variedade de softwares) quanto os do Debian e Ubuntu
Arch Linux
Para usuários avançados, o Arch Linux pode trazer muita satisfação. Trata-se de uma distro simplificada e limpa (sem excessos).
Tem nova versão a cada seis meses e, embora não seja voltada para iniciantes, tem uma larga e excelente documentação disponível online.
Com o Arch Linux, você será incentivado a aprender cada bit, cada detalhe, sobre o GNU/Linux como sistema operacional — uma vez que terá que fazer muita coisa manualmente ou por conta própria.
As Vantagens do Arch Linux
- bem otimizada, o que se traduz em eficiência, rapidez e segurança
- totalmente personalizável
- é o lugar perfeito para aprender Linux
- já mencionei a documentação? Pois é. Tem muita documentação (inclusive na wiki oficial) e de excelente qualidade
As desvantagens do Arch Linux
Nada é perfeito…
- atualizar um sistema operacional a cada 6 meses pode ser muito ruim para quem usa no notebook de trabalho
- a documentação é excepcional, mas é, em grande parte, em inglês
Fedora
O Fedora é um spin off de uma distribuição tão tradicional quanto o Debian: O Red Hat.
Esta distro se beneficia de todos os anos de trabalho e experiência da comunidade Red Hat.
É a escolha ideal para quem deseja buscar uma certificação Red Hat.
As vantagens do Fedora
- costuma ter melhor suporte a peças de hardware mais novas do que o Debian (e algumas vezes, até, do que o Ubuntu)
- Sempre a versão mais atual do GNOME 3, com todas as suas qualidade e defeitos
- tem um excelente gestor de pacotes: o dnf
As desvantagens do Fedora
- tem menos softwares disponíveis nos repositórios oficiais. Neste quesito, a vitoriosa ainda é a Debian, com dezenas de milhares de pacotes de softwares disponíveis.
No Fedora, se quiser software um pouco fora do comum, você terá que confiar em alguma PPA.
Espera-se que com o uso crescente do Flatpak, isto melhore sensivelmente - como consequência do que foi exposto acima, você provavelmente terá que baixar o código fonte para compilar alguns dos softwares que considerar necessários
Estas são minhas principais considerações sobre algumas das principais distribuições Linux.
Não sou o dono da verdade e o espaço de comentários está sempre aberto, caso você queira dar sua contribuição sobre o assunto 😉
Não esqueça de dar uma olhada no post distribuições Linux que vale a pena conhecer em 2016.
3 replies on “5 distribuições Linux que sempre vale a pena considerar”
O Fedora não tem compatibilidade com PPA, no Fedora é o copr que é semelhante.Realmente o Debian tem mais pacotes mas como usuário do Fedora nunca precisei de utilizar nenhum copr ou outro repositorio unico repositório rpm fusion para multimedia que não é empacotado no repositorio oficial devido as patentes as patentes.
Estão incorretas algumas informações que precisam ser corrigidas.
O Arch Linux distribui a ISO nova em ciclos mensais, mas quem possui o sistema instalado não precisa nunca instalar novamente o sistema por ser Rolling Release (apenas fazer o update do sistema). Vale mencionar também o AUR, repositório não oficial que possibilita o acesso uma enorme gama de programas e o excelente gestor de pacotes pacman.
A distribuição Fedora tem versões semestrais de ISO para atualização.
Obrigado pelas informações. 😉