Recentemente, aproveitei uma promoção (black friday) para adquirir o meu primeiro Kindle (modelo básico).
Neste momento, faço uma análise das primeiras semanas de uso do aparelho.
O tempo de uso é pequeno, eu sei.
Eu, mesmo, só acredito em reviews feitos após um ano ou mais de uso do produto.
Por outro lado, já usei outras marcas de e-reader.
Se você já tem um dispositivo (Kindle ou qualquer outro), sinta-se à vontade para complementar o assunto nos comentários.
Segue as minhas primeiras impressões sobre o dispositivo.
O que é um e-reader
O conceito se refere a um dispositivo de leitura e arquivos de texto e imagens digitais, em formatos variados, como .EPUB, .MOBI, .PDF, .TXT etc.
A quantidade de formatos em que as publicações são disponibilizadas ultrapassa duas dezenas.
Alguns são proprietários, contém DRM e podem impor fortes restrições ao seu aparelho.
Lamento profundamente que as empresas recorram ao uso do DRM para restringir a liberdade dos usuários — causando possíveis brechas de segurança para seus clientes.
Uma das restrições mais desagradáveis é não poder selecionar e compartilhar alguns trechos de livros nas redes sociais.
Como o objetivo dos leitores digitais é o de facilitar a compra/venda direta entre o cliente e o fornecedor do conteúdo, faz sentido imaginar que privilegie a execução de seus formatos proprietários.
Isto quer dizer que eu esperava encontrar problemas para ler arquivos PDF, de texto puro etc.
Na realidade, a coisa não é bem assim…
A cor do Kindle
Isto é muito subjetivo… Mas é claro que o primeiro arrependimento que tive foi a escolha da cor.
Na verdade, o aparelho é lindo na cor branca e nem vou discutir isto.
Contudo, não há beleza que resista às marcas de sujeira que provavelmente virão com o uso.
Costumo ser cuidadoso com as minhas coisas mas… não tenho dúvida de que eu ficaria mais tranquilo e relaxado com um aparelho na cor preta.
Isto vai de cada um. 😉
O design e a carcaça
Ele é leve, o que ajuda a segurá-lo por horas, durante a leitura.
Tablets são mais pesados do que isso — mais um ponto para os e-readers.
A 8a. geração do Kindle básico é 30 gramas mais leve e 1.1 milímetros mais fino que seu antecessor.
De acordo com o site da Amazon, ele pesa 161 gramas.
Com relação ao plástico da carcaça, é desnecessário dizer, mas não pode deixar ele cair —. Ponto para os livros!
E aquele botãozinho liga/desliga não inspira confiança. Parece frágil.
Cuidado com ele.
Leitura
Dá para ler horas, com os olhos fixos na tela antirreflexiva. Até mesmo no sol!
Tem um excelente contraste.
Isto é algo que só um livro de verdade pode oferecer. Aqui, o tablet, como opção de leitura, perde feio.
Duração da bateria
A promessa da Amazon é de que duraria semanas.
Pra mim, não chegou a uma semana, mesmo tendo dado uma carga completa assim que ele chegou às minhas mãos.
Ok. O uso do Bluetooth deve ter influenciado, além dos downloads constantes, normais nos primeiros dias de uso (atualizações, primeiros livros etc.)
A esta altura, portanto, não dá para eu fazer uma avaliação sobre este quesito.
O display e o processador do dispositivo
Pelo preço, isto podia ser bem melhor.
O software do aparelho me passa a impressão constante de que vai “dar pau” durante o uso.
É lento para trabalhar com as imagens.
A aparente dificuldade para renderizar gráficos (em preto e branco!!!) de quadrinhos quebra o ritmo na leitura de gibis.
Se esta é a sua praia, prepare-se para constantemente dar zoom nas imagens, para conseguir ver detalhes, além do texto.
Com isto, é fácil perder o contexto e a fluidez da narrativa.
E os PDFs? Funcionam no Kindle?
Definitivamente, sim!
Mas não é o paraíso… 🙁
O PDF não é um formato nativo do Kindle e a gente tende a culpar a plataforma de estar manifestando uma certa má vontade com este formato de texto.
A gente sabe que a Amazon ganha dinheiro vendendo os livros dela e não “leitores digitais de pê-de-efe” — o problema vai além disto, contudo.
Como formato digital de texto, o PDF tem problemas, por si só.
Você pode fazer buscas por texto dentro deste formato de arquivos, mas não pode alterar as fontes das letras ou o seu tamanho.
Se você consegue ler o texto do jeito que ele está, bem. Se não consegue… paciência!
Usabilidade e experiência do Kindle básico
Infelizmente, o Kindle não consegue me passar a sensação de ter adquirido um aparelho bem feito, de boa qualidade.
Tenho a impressão constante de que ele vai quebrar (no hardware ou no software).
Mas houve algo que me causou uma grande surpresa positiva: o sintetizador de voz.
Na linha básica, é o primeiro modelo a vir com suporte a Bluetooth.
“O leitor de tela VoiceView, disponível por meio de áudio Bluetooth, permite o acesso à maioria dos recursos Kindle quando o idioma selecionado for inglês.”
O VoiceView tem ótima qualidade.
Infelizmente, não está disponível para a literatura em português.
Contudo, pode atender a quem deseja aprimorar seu inglês — você vai lendo e ouvindo a pronúncia.
Conclusão
Este é o modelo de entrada e, por isso, faz sentido “fechar os olhos” para certos inconvenientes.
Para outros, não.
Como disse, escrevi esta análise após um período curto de experiência.
Já usei um Kobo Glo antes (também um modelo de entrada).
É um produto que já tem um certo tempo no mercado e já há processadores bem melhores para se usar. Ou seja, ele poderia ser mais rápido, sem causar impacto no preço.
Ler quadrinhos nele, pode ser frustrante, pelo tamanho e resolução da tela — além da demora para renderizar as imagens.
A tecla liga/desliga parece frágil.
O preço é alto.
Dava para ter incluído uma luz de fundo, pelo preço que custa.
Quanto às cores disponíveis, se fosse comprar de novo, optaria por um na cor preta para mim.
O branco é ótimo para dar de presente (ele enche os olhos à primeira vista).
Ele tem um navegador interno “experimental” razoável (não espere muito dele).
Dá para acessar a página do “Projekt Gutenberg” e baixar milhares de livros clássicos, em vários idiomas gratuitamente.
No site do projeto, muitos livros já estão no formato nativo do Kindle, o que permite usufruir de uma boa qualidade de leitura gratuitamente.
O sintetizador de voz (via bluetooth) não é difícil de configurar (mas podia ser mais fácil) e proporciona uma experiência agradável.
Se o meu aparelho durar, é provável que eu escreva outras vezes sobre ele.
One reply on “Review da 8a. geração do Kindle básico. Vale o que custa?”
[…] texto se baseia na oitava geração do Kindle básico.No lado do computador, eu uso o Linux (Debian 9 Stretch). Digo isso apenas por que as imagens podem […]