A idéia é muito simples.
Ninguém está usando, 24 horas/dia, todo o poder de processamento de seu celular.
Nem quando você o está usando, não aproveita mais do que uma fração de sua capacidade de processamento.
Há horários em que você absolutamente não usa o seu celular — durante as horas em que está dormindo, por exemplo.
Se você costuma deixar o aparelho ocioso e carregando durante a noite, pode cedê-lo a um projeto de computação distribuída.
Não se preocupe, ninguém vai entrar na sua casa e no seu quarto para usar o seu celular, enquanto você estiver dormindo.
É possível instalar um app que irá receber instruções remotas de um projeto, à sua escolha, usar a CPU e a memória do seu aparelho para executá-las e, depois, enviar um relatório de volta — tudo de forma transparente.
A ideia é muito simples.
Há vários projetos científicos que precisam de grande poder de processamento para realizar cálculos, analisar dados dos mais variados tipos — e em enormes quantidades.
O problema é que este poder custa caro para adquirir e manter.
O conceito de computação distribuída permite usar vários computadores, de vários tipos, para executar como se fosse um só computador uma ou várias atividades.
O seu celular pode ser um, dentre milhões de pequenos computadores, a fazer parte de um grande projeto.
Para citar um exemplo, conheça o projeto SETI@Home.
SETI, quer dizer Search for Extraterrestrial Intelligence — ou seja, busca por inteligência extraterrestre.
Consiste de um projeto científico de análise de dados vindo do espaço, o que inclui sinais de ondas curtas de rádio.
Este tipo de sinal é conhecido por não ocorrer naturalmente. Se detectado, representa evidência de tecnologia extraterrestre.
Desde 1995, o projeto faz uso de um supercomputador virtual, composto de um enorme número de dispositivos conectados à Internet.
O projeto SETI@Home foi lançado em Maio de 1999, por David Gedye, permitindo que mais pessoas comuns pudessem participar.
Hoje, este é o maior projeto de computação distribuída do planeta.
Em 2016, O SETI@Home tem mais de 1,6 milhões de pessoas cadastradas e mais de 4 milhões de dispositivos conectados.
Conheça o BOINC
Sigla para Berkeley Open Infrastructure for Network Computing ou infraestrutura aberta para computação de rede de Berkeley, é uma plataforma para projetos, tal como o SETI@Home, que faz uso de milhões de computadores de voluntários, constituindo um supercomputador paralelo.
O BOINC provê ferramentas para criar e gerenciar projetos de computação distribuída, sites de projetos, automatizar traduções etc.
Oferece, ainda, ferramentas da plataforma para os participantes dos projetos facilmente gerenciarem suas contas.
O projeto é de código aberto e, se você tiver interesse e conhecimento em linguagem C++ pode ajudar no seu desenvolvimento.
O BOINC tem suporte para Windows, Linux, UNIX, Mac OSX, Android etc.
Como instalar o BOINC no Android
A maneira mais fácil de usar o BOINC é através do seu smartphone.
O download e a instalação podem ser feitas através da página oficial do aplicativo na Play Store.
Após a instalação, escolha os projetos que deseja apoiar e faça seu cadastro (email e nome de usuário).
Ao conectar o seu aparelho à rede elétrica e, se houver conexão wi-fi, você já estará participando ativamente do projeto.
Daqui pra frente, use os controles da tela, para obter informações e relatórios do andamento do projeto e dos progressos obtidos na área.
Referências
http://setiathome.berkeley.edu/sah_about.php.
https://boinc.berkeley.edu/wiki/How_BOINC_works.