Antes de dar continuidade ao texto, gostaria de dar uma palavra sobre a nacionalidade de qualquer distro Linux.
Qualquer distro GNU/Linux atual se apoia no trabalho de dezenas de milhares de pessoas, de inúmeras nações.
Diante disto, tentar dar uma nacionalidade a qualquer uma delas é, na minha humilde opinião, uma grande injustiça.
Neste texto, vou abordar as 3 distros GNU/Linux, ativas e ditas brasileiras pelo DistroWatch:
- Linuxfx — é uma distro baseada no Ubuntu, com a interface do KDE.
Possui detecção e configuração automática do hardware e suporte aos codecs multimídia – além de uma coleção de softwares pra escritório e reprodução de arquivos de som e vídeo.
O Linuxfx é voltado para usuários das línguas portuguesa, espanhola e inglesa. - Metamorphose Linux — baseada no Debian, tem como principal objetivo ser simples e completo, com uma interface gráfica agradável, voltada para o público iniciante e avançado.
O ambiente desktop padrão é o KDE, com o WINE presente para tornar mais fácil aos usuários rodarem suas aplicações Windows.
Tem suporte a UEFI. - GoboLinux — é uma distro modular – que organiza os programas através de uma nova lógica.
Em vez de distribuir partes de programas entre os diretórios/usr/bin
,/etc
,/usr/share
etc. o GoboLinux dá a cada qual sua própria árvore de diretórios, mantendo-os todos agrupadas, cada qual com seus arquivos.
Este método permite ao usuário ver mais fácil onde tudo o que se refere a um determinado software se encontra instalado.
Vamos conhecer cada uma, de acordo com o que seus desenvolvedores falam.
GoboLinux
É uma distribuição Linux modular — ela organiza os programas de uma forma lógica e original, em relação às outras que você provavelmente conhece.
O método de organização dos programas consiste, pra começar, em evitar espalhá-los entre os diretórios /usr/bin, /etc/, /usr/share/qualquer/coisa/ ou, ainda, em /opt/nome-do-programa.
O GoboLinux foi lançado em 2002 e tem, portanto, 14 anos de estrada. Não é pouca coisa.
Voltado à arquitetura i686 usa, como ambiente desktop padrão, o KDE.
A distro já se encontra na versão 015 e é, sem dúvida, um dos sabores Linux que causam melhor impressão.
A proposta de reorganizar a estrutura de diretórios funciona muito bem e faz do GoboLinux mais do que apenas “mais uma distro Linux”.
O GoboLinux merece vários destaques, entre eles:
- Hierarquia de arquivos — no GoboLinux, os arquivos são agrupados em categorias funcionais, em uma estrutura de índices, fazendo uso de links simbólicos, baseados em /System/Links. Desta forma, os programas vão ficar em /System/Links/Executables, as bibliotecas em /System/Links/Libraries, etc.
- Nada de diretório separado para root — a home do superusuário fica dentro de /Users, ao lado de todos os outros.
- Sistema de inicialização — O GoboLinux tem seus próprios procedimentos de boot, definidos em scripts que ficam em /System/Settings/BootScripts.
Download do GoboLinux
Você pode fazer o download da sua cópia na página do projeto: http://www.gobolinux.org/index.php?lang=pt_BR&page=downloads.
Página no Github: https://github.com/gobolinux.
Baixar via torrent costuma ser mais rápido: http://gobolinux.org/torrent/GoboLinux-015-i686.iso.torrent.
A nacionalidade do GoboLinux
Com a participação crescente da comunidade internacional no projeto, é muito injusto colocar uma etiqueta “brasileira” nesta distro.
O site oficial da distro é multilíngue, bem como sua documentação.
Metamorphose
Com uma popularidade de 61 cliques por dia, no DistroWatch, o Metamorphose é, baseado no Debian GNU/Linux.
O projeto teve início em 2006, com uma primeira versão apresentada em 2008, sempre sob a regência do mesmo desenvolvedor, Ailton Nascimento de Matos.
De acordo com ele, “conta com uma das maiores compatibilidades de hardware e software da atualidade”.
Veja um vídeo demonstrativo do Metamorphose:
Não esqueça de dar um like para ele.
Falando em vídeo, o Dionatan, do DioLinux, tem uma entrevista com ele, aqui:
Onde encontrar o Metamorphose
Nas redes sociais, ele está presente no Facebook e no Google+.
Fórum oficial: http://metamorphoselinux.forumeiros.com/.
Download no Sourceforge: https://sourceforge.net/projects/metamorphose/files/.
Linuxfx ctOS
Já na versão 7.4.2, o Linuxfx usa a interface do KDE/Plasma e traz uma série de softwares (de desenvolvimento próprio) voltados para segurança, controle de acesso e biometria.
A .ISO já traz, em seu conteúdo:
- Sistema de controle de acesso ctOS Client com as ferramentas biométricas e de leitura de placa veicular;
- Nova interface ctOS com ferramentas e conjunto de drivers embarcados;
- Pacote completo de escritório e navegação para produção e/ou diversão;
- Atualizações automáticas do sistema operacional e do ctOS client;
Pode ser usada por qualquer pessoa, com quaisquer necessidades.
Contudo, é voltada para dar suporte adequado ao software de segurança ctOS Sentinela, de responsabilidade do próprio desenvolvedor, Rafael Wagner.
O seu software permite reconhecer placas de veículos, a partir de imagens de câmeras IP e trabalha com um módulo de portaria virtual, que permite acionar portões e portas a partir destas informações.
Das distro analisadas, neste post, esta é a que tem o desenvolvimento mais ativo, aparentemente.
A última atualização, é de Maio/2016 e está tendo uma taxa de aproximadamente 500 downloads por semana.
O download pode ser feito de uma das seguintes formas:
Magnet link do torrent: magnet:?xt=urn:btih:Z7CSH7R7PBX63PCAPGDPBAHVVT2363RQ
Download no Sourceforge: https://sourceforge.net/projects/linuxfxdevil/?source=directory.
Conclusão
Parece evidente que manter uma distro Linux não é trabalho fácil e poucos conseguem levar este trabalho à frente.
Os brasileiros têm mostrado excelentes propostas e resultados impressionantes no desenvolvimento de soluções, envolvendo o Linux e uma série de outros softwares empacotados.
Chama a atenção o visual das distribuições e as ousadias de suas propostas, em que se destaca o GoboLinux. Mas esta é apenas a minha opinião pessoal.
Recomendo a cada um fazer suas experiências e suas próprias avaliações. Neste caso, sinta-se à vontade para emitir a sua opinião nos comentários.
Se quiser ajudar algum projeto, a melhor maneira, como diz o Ailton, é baixar, usar e dar o feedback.
Se inscrever no fórum da distro escolhida e ajudar usuários menos experientes é um excelente método intelectual de ajudar.
Contribuições financeiras são super bem vindas, para ajudar a pagar custos (que não são baixos) dos desenvolvedores.
7 replies on “3 distribuições Linux brasileiras que vale a pena conhecer”
Achei muito interessante este post, mas acho que faltou falar de uma distro que, apesar de ter sido descontinuada, fez muita história e ajudou muitos noobs a iniciarem no Linux, inclusive eu, estou falando do Kurumin. Seria legal escrever algo sobre o que essa distro foi, só de nostalgia mesmo.
Metamorphose é muito bom, ja usei
Elas obrigado pelo artigo é sempre bom conhecer projetos nacionais.
Agora voce poderia me ajudar recomendando algumas distruiçoes (sem ser as baseadas no debian e apt por padrao) que possuem uma boa documentaçao em portugues e uma comunidade ativa brasileira
Daniel,
Escrevi sobre “distribuições brasileiras” motivado pela curiosidade. Apenas por isso. 😉
Não acredito, contudo, que o GNU/Linux tenha nacionalidade.
Portanto, experimente e escolha as que você quiser.
No final deste post, listei algumas comunidades (há muitas outras) bastante ativas, girando em torno do Linux. Se inscreva e participe.
À medida em que for adquirindo conhecimento, você poderá ajudar de volta outros novatos.
Não podemos esquecer do DuZeru, um SO que está crescendo exponencialmente.
Bem lembrado. 😉
Muito bom o duzeru, um distro Brasileiro…
Att..
Gaúcho GNU/Linux